Graça, a Verdadeira e a Falsa

[Capítulo 10 do livro, The Believer's Conditional Security
(em inglês) escrito por Dan Corner.  Permissão para copiar este capítulo em sua integridade é concedida. 
Notas de rodapé completas deste capítulo encontram-se em nosso livro, juntamente com centenas de outras.]

O estudo da graça é extremamente importante no que tange o tema da segurança do crente.  Infelizmente, a palavra graça (charis) não é um termo concisamente definido nas escrituras, como gostaríamos que fosse.  Por essa razão, alguns se equivocaram quanto ao seu significado.   O Strong's Exhaustive Concordance* define graça como sendo:


[*Strong's Exhaustive Concordance – concordância bíblica e dicionário do Grego e Hebreu para o inglês]


aceitável, benefício, favor, presente, grato (gratuito), alegria da liberalidade, prazer, agradecimento.

[em ingles: acceptable, benefit, favour, gift, grace (-ious), joy liberality, pleasure, thank (-s, -worthy).]


No entanto, há outros meios pelos quais podemos mais precisamente aprender o que é ou não graça.  Da mesma forma que agimos com outros tópicos bíblicos, temos que levar em conta muitas passagens para chegar a um entendimento mais preciso do que é graça.  Deixe-me provar isto para você, ao começarmos com a passagem mais citada acerca da graça:


Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie.  (Ef 2:8-10)

Porém, mais adiante nesta mesma epístola, o mesmo mestre da graça também escreveu:


Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus.  Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.  Portanto não sejais participantes com eles;  (Ef 5:5-7)


Da mesma forma, vamos considerar Rom 11:6, outra passagem chave freqüentemente citada pelos pregadores da doutrina “uma vez salvo, salvo para sempre”:


Mas se é pela graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. 


Assim como no caso anterior, nesta mesma epístola, escrita pelo mesmo professor da graça, temos Rom. 2:7-9:


a saber: a vida eterna aos que, com perseverança em fazer o bem, procuram glória, e honra e incorrupção; mas ira e indignação aos que são contenciosos, e desobedientes à iniqüidade; tribulação e angústia sobre a alma de todo homem que pratica o mal, primeiramente do judeu, e também do grego; 


Devido à forma como muitos hoje em dia tem interpretado a graça, ou irão estes mesmo que inconscientemente desconsiderar as palavras de Paulo em Efésios 5 e Romanos 2, ou tenderão a rotular o pregador de legalista, escravizante, herege ou de estar pregando algum tipo de salvação pelas obras. 


Da inabilidade deles de reconciliar a graça de Ef 2:8;9 com Ef 5:5-7 e, de conciliar Rom 11:6 com Rom 2:7-9, fica imediatamente óbvio que alguma coisa está seriamente errada com a apresentação atual do evangelho da graça, da forma como tem sido comumente feita. 

Vamos dar uma olhada no que está sendo ensinado a cerca da graça e a sua conexão com a doutrina “uma vez salvo, salvo para sempre” (que refutamos).

 

A Graça, assim como vem sendo ensinada hoje

No que dependesse das multidões, graça seria exatamente o que os professores abaixo declararam ser:


E eu fico pensando comigo mesmo como tantas pessoas se sentam nos bancos das igrejas semana após semana e após semana e nunca ouvem nada sobre o sangue, nunca ouvem nada sobre a cruz, nunca ouvem nada sobre a graça do Deus Altíssimo.  Veja você, não são apenas boas novas.  São as boas novas sobre Jesus Cristo, que pagou totalmente a dívida pelos nossos pecados para um Deus santo, que requer morte pelos pecados e derramamento de sangue, tendo Jesus satisfeito esta requisição e tornado possível para você e eu sermos aceitos aos olhos de Deus e, sermos eternamente seguros n’Ele.  É por isso que ele chamou isso de graça de Deus. 


Negar a eterna segurança do crente é desafiar o caráter eterno da grandeza da graça divina, e admitir que o próprio Filho de Deus, no qual nós estamos firmes pudesse cair. 


Portanto, a doutrina da eterna segurança pode ser dita como que sendo a pedra fundamental do arco da doutrina da graça, ou pode essa ser comparada a trama do tecido de uma roupa na qual as outras doutrinas da graça são o material que o compõe.  Retire a doutrina da eterna segurança e o arco desaba, ou o tecido se desfaz. 

O que o evangelho faz é nos assegurar de que somos salvos, eternamente salvos, por absoluta graça, através da fé somente.

É porque cremos na salvação pela graça através da fé sem obras, que podemos descansar confiantemente.  O evangelho em que “uma vez salvo, salvo para sempre” se baseia é pela graça, através da fé somente.    

Que graça é esta que não só nos oferece perdão e vida eterna através da fé somente, mas também garante que o Doador nunca irá renegar o Seu Presente!  Tampouco conseguiríamos jamais devolvê-lo mesmo que tentássemos!


Mas quando você toma a decisão de crer no Senhor Jesus Cristo, você entra em um sistema que depende inteiramente de Deus.  É por isso que Ef 2:8;9 diz que é pela graça que você é salvo através da fé e não por você mesmo, é presente de Deus, não por obras para que nenhum homem se gabe.  Graça significa que depende inteiramente de Deus.  Graça significa que Deus não está se expondo desnecessariamente quando dá a você algo, independente do seu mérito, independente da sua habilidade, independente de suas obras.  Portanto graça se torna a questão principal na doutrina da eterna segurança.  


Uma vez filho, sempre filho.  Uma vez que você nasce na família de Deus, você sempre será um membro da família de Deus.  Da mesma forma que você não pode mudar o seu nascimento físico, você tampouco pode mudar o seu nascimento espiritual.  Você pode até desejar em algum momento mudar a sua família.  Talvez você tenha sido alvo de disciplina em casa; pode ser que tenham ficado ressentimentos; no entanto, é impossível mudar a família na qual você nasceu fisicamente.  Da mesma maneira e ainda mais, você não pode mudar a família na qual nasceu espiritualmente.  No momento em que você creu em Jesus Cristo como Senhor e Salvador, você nasceu na família de Deus.  Naquele instante você se tornou um filho de Deus e por toda a eternidade você permanecerá um filho de Deus.  Esta é a graça de Deus!  Não há nada que você possa fazer para alterar isso.


Toda a confusão em torno do assunto da eterna segurança desapareceria de sua mente se o significado da graça ficasse claro para você.  Salvação é pela graça através da fé e não pelas obras.  Nós não somos salvos porque somos bons, tampouco nos perdemos porque somos maus.  Um homem que verdadeiramente nasceu de novo está salvo para sempre e tem tanta certeza do céu como se já estivesse lá ha dez mil anos.  Ele pode cair em pecado; e já que a carne no crente não mudou nem um pouco e continua tão corrupta como sempre, ele pode chegar até a fazer coisas muito más.  Davi, por exemplo, foi culpado de adultério e assassinato depois de ter sido salvo. 


A partir de tudo isso que foi dito acima, deve ter ficado visível que a versão da graça da qual estamos sendo inundados hoje em dia, está inseparavelmente vinculada ao ensino “uma vez salvo, salvo para sempre”.  Na verdade, os cinco pontos do Calvinismo são também chamados de “doutrina da graça”.


Comparemos então a doutrina “uma vez salvo, salvo para sempre” com a Palavra de Deus para vermos se possui embasamento bíblico.  Isso será feito a partir de uma série de perguntas.  Abaixo segue a primeira pergunta. 

 

Por Acaso a Verdadeira Graça nos Segura?

Discurso do Dr. Stanley:


E nesta mesma semana, alguém ao explicar isso para eles disse:


Em última instância se eles não ouvirem nada eu digo, “Bem, ore para que eu me segure” [em inglês hold on – me sustente, permaneça, me conserve, me guarde, me mantenha firme].”  Segurar a que?  E eu disse isso: meu amigo, acredite em mim, eu não seria criterioso com nada nesse mundo.  Não há nada para você estar se segurando.  Você sabe porque?  Porque a onipotente mão de um Pai amoroso o tem duplamente seguro.  Deus o Pai e Deus o Filho os tem em Suas mãos.  E meu amigo, quer você largue ou não, nada terá a ver com isso.  A Bíblia em nenhum lugar diz, “Segure-se”.

Dezenas de milhares de cristãos professos, isso se contarmos apenas nos Estados Unidos, devem ter ouvido ao Dr. Stanley dando esse ensino relacionado com a doutrina “uma vez salvo, salvo para sempre”.  Ele ensina que a Bíblia não diz para nós nos segurarmos, nos sustentarmos.  O raciocínio dele para isso é que Deus nos mantém seguros em suas mãos onipotentes.  Portanto, independentemente de nos segurarmos em suas mãos ou não, nós continuaremos sendo seguros, sustentados. 

Acaso é realmente essa a mensagem bíblica ou trata-se de uma sutil e perigosa distorção da verdade, mesmo que soe agradável e pareça exaltar a Deus?


[Alguém pode se perguntar, como que alguém pode estar duplamente seguro nas mãos do Deus onipotente e ainda assim naufragar, afundar completamente na fé, como Stanley foi convencido por Hodges que possa ocorrer.  Parece que para ele e para outros proponentes da doutrina “uma vez salvo, salvo para sempre” isso faz algum sentido!]

 

Sem dúvida, os escritores divinamente inspirados do Novo Testamento sabiam que Deus é onipotente; mas por acaso chegaram eles a mesma conclusão que Stanley quanto a este “estar seguro”?  Se os mestres do “uma vez salvo, salvo para sempre” de nossos dias estivessem certos sobre o que pensam ser graça, então nós não deveríamos jamais ler sequer uma única passagem bíblica que diga aos crentes para se segurarem em nada.


Além disso, de acordo com afirmações feitas pelos mestres do ensino “uma vez salvo, salvo para sempre”, segurar-se a qualquer coisa automaticamente alteraria a identidade da graça como sendo graça e, a colocaria debaixo da autoridade das obras.  Novamente questiono, será mesmo isso que os mestres originais da graça estavam sugerindo ou será que se trata de uma distorção da verdadeira graça mencionada na Bíblia?


Guarde em sua memória, o Dr. Stanley e sua mensagem da graça vinculada ao ensino “uma vez salvo, salvo para sempre” disse que a Bíblia em nenhum lugar diz, “segure-se[em inglês hold on – sustente-se, permaneça, conserve-se, guarde-se, mantenha-se firme].  Façamos uma avaliação deste ensino, comparando-o com as escrituras:

 

Por Acaso a Verdadeira Graça Diz Segure-se?

Dizia, pois, Jesus aos judeus que nele creram: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sois meus discípulos;  (João 8:31)


pelo qual também sois salvos, se é que o conservais tal como vo-lo anunciei; se não é que crestes em vão.  (I Cor 15:2)


Peleja a boa peleja da fé, apodera-te da vida eterna, para a qual foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.  (I Tim 6:12)

mas Cristo o é como Filho sobre a casa de Deus; a qual casa somos nós, se tão-somente conservarmos firmes até o fim a nossa confiança e a glória da esperança.  (Heb 3:6)

porque nos temos tornado participantes de Cristo, se é que guardamos firme até o fim a nossa confiança inicial;  (Heb 3:14)


Tendo, portanto, um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou os céus, retenhamos firmemente a nossa confissão.  (Heb 4:14)


retenhamos inabalável a confissão da nossa esperança, porque fiel é aquele que fez a promessa; e consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras,  (Heb 10:23)


mas o que tendes, retende-o até que eu venha.  (Apo 2:25)


Venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.  (Apo 3:11)


E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra aos demais filhos dela, os que guardam os mandamentos de Deus, e mantêm o testemunho de Jesus.  (Apo 12:17)


Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo.  Ele, porém, me disse:  Vê, não façais isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantém o testemunho de Jesus; adora a Deus.  Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia. (Apo 19:10)


A graça segundo o ensino “uma vez salvo, salvo para sempre” não admite, nem poderia admitir que o crente “se segure[em inglês hold on – sustente-se, permaneça, conserve-se, guarde-se, mantenha-se firme], chegando mesmo a negar redondamente que a Bíblia ensina tal coisa.  Em contraste, há inúmeras passagens que claramente mostram que é nossa responsabilidade cristã fazê-lo.  A razão para essa vasta diferença se tornará mais visível à medida que lermos. 


Antes de considerarmos outro aspecto da verdadeira graça e sua relação com a responsabilidade humana, vamos rever as escrituras supracitadas com relação a segurar-se  [em inglês hold on – sustentar-se, permanecer, conservar-se, guardar-se, manter-se firme].


Caro leitor, jamais se intimide de professar abertamente a importância de um cristão segurar-se  [em inglês hold on – sustentar-se, permanecer, conservar-se, guardar-se, manter-se firme].  Nunca deixe ninguém convencer você de que isto não está no Novo Testamento ou de que foge do terreno da graça, ou sai de debaixo do guarda-chuva da graça.  Você tem inúmeras passagens bíblicas em que se apoiar. 

 

Por acaso a Graça Verdadeira, Bíblica e Salvadora diz:

 Esforça-te?

Por favor, pondere na expressão “esforçar-se” (procurar diligentemente, empregar toda a diligência, empenhar-se, buscar, seguir) que se encontra nas passagens a seguir, uma vez que foram proferidas sem qualquer hesitação pelo próprio Senhor Jesus e pelos verdadeiros mestres da graça, como a Bíblia nos mostra.  Esse é em última instância o padrão certo que devemos adotar ao comparar qualquer ensinamento e avaliarmos a sua validade (II Tim 3:16;17 cf. I Tess 5:21).  Se conseguirmos entender o que é a verdadeira graça assim como essa era entendida no primeiro século do Cristianismo, não devemos hesitar em proclamá-la a outros da mesma forma:


Respondeu-lhes: Esforçai-vos por entrar pela porta estreita; pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão.  (Lc 13:24)


Ora, à vista disso, procuremos diligentemente entrar naquele descanso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência. (Heb 4:11)


Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,  (Heb 12:14)


E por isso mesmo vós, empregando toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência,  (II Ped 1:5)


Por essa razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis,  (II Ped 3:14)


Mais uma vez observe as palavras de Jesus que você acabou de ler em Lc 13:24.  O Senhor disse que temos que colocar esforço contínuo e diligente até que possamos entrar pela porta estreita, que significa, entrar de fato no Reino.  O mesmo Senhor Jesus que nos deu Jo 3:16 e Jo 10:27;28 nos disse isso!

 

Contrastando com isso, os professores da graça de nossos dias estão pregando algo muito diferente:


Sejam confiantes em sua segurança em Cristo.  Isto não depende de você, de seus esforços, ou de seus sentimentos.


O crente não precisa fazer nada para manter a sua salvação.  De acordo com o Seu propósito, Deus a segura, a mantém por nós.  O crente não é capaz de segura-la e certamente não é capaz de mantê-la. 


Se fosse necessário fazer ou deixar de fazer algo para evitar perder a minha salvação, então salvação neste caso passaria a ser tanto por fé quanto por obras.


O evangelho propriamente dito está sob ataque se a segurança eterna do crente for questionada.  Colocar no crente a responsabilidade de manter a salvação é adicionar obras a graça.  Salvação não seria mais um presente.  Teria se tornado uma troca – nossa fidelidade em troca fidelidade de Deus.

Isto está gritantemente distante das boas novas que Jesus pregou e da qual Paulo foi arauto. 

Enquanto que o ensino atualmente popular a cerca da graça, vinculado a doutrina “uma vez salvo, salvo para sempre” nos dirá que não devemos fazer nenhum esforço (ou coisa semelhante) para mantermos nossa salvação, a Bíblia Sagrada claramente ensina algo diametralmente oposto a isso, assim como foi mostrado!  Mais uma vez isso mostra que só pode haver algo seriamente errado com a mensagem da graça de nossos dias!

 

Acaso o Verdadeiro Ensino da Graça Declara: Mantenha-se e Fortaleça-se?

Semelhante às expressões segurar e se esforçar, as palavras manter, cuidar, conservar, guardar, fortalecer [assim como o imperativo empregado em diversas advertências no idioma português]  também revelam a verdadeira graça de Deus, em contraste com a falsificada:


Estejam cingidos os vossos lombos e acesas as vossas candeias;  (Lc 12:35)

Quem ama a sua vida, perdê-la-á; e quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna.  (Jo 12:25)


Cuidai pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue.  (Atos 20:28)


Por isso procuro sempre ter uma consciência sem ofensas diante de Deus e dos homens.  (Atos 24:16)

não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor;  (Rom 12:11)


... conserva-te a ti mesmo puro.  (I Tim 5:22b)


Portanto levantai as mãos cansadas, e os joelhos vacilantes,  (Heb 12:12)


Seja a vossa vida isenta de ganância, contentando-vos com o que tendes; porque ele mesmo disse: Não te deixarei, nem te desampararei.  (Heb 13:5)


Se alguém cuida ser religioso e não refreia a sua língua, mas engana o seu coração, a sua religião é vã.  A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo.  (Tiago 1:26;27)


Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.  (I Jo 5:21)


conservai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.  (Judas 21)


Sê vigilante, e confirma o restante, que estava para morrer; porque não tenho achado as tuas obras perfeitas diante do meu Deus.  (Apo 3:2)

Enquanto que os mestres do ensino “uma vez salvo, salvo para sempre” colocam toda a responsabilidade de nos mantermos e nos fortalecermos somente em Deus, o Senhor Jesus, Paulo, João, Tiago e Judas ensinaram diferentemente!  Estando de posse de todos estes versículos, concluímos que somos mantidos por Deus enquanto nos mantemos a nós mesmos e, somos fortalecidos por Deus enquanto nos fortalecemos a nós mesmos.  Se dependesse apenas de Deus, todos estariam sempre perfeitamente mantidos e fortalecidos.  Isso significaria que nunca haveria nenhum naufrágio da fé, nem pessoas que precisassem ser fortalecidas espiritualmente de qualquer forma. 

 

O que é a Verdadeira Graça de Deus,

 segundo o Apóstolo Pedro?

Parece que o apóstolo Pedro compartilhava da mesma preocupação que ambos Judas e Paulo com relação ao falso ensino da graça, que já existia naquela época (Judas 3;4, Ef 5:5-7).  Pedro escreveu:


... escrevo abreviadamente, exortando e testificando que esta é a verdadeira graça de Deus; nela permanecei firmes.  (I Ped 5:12b)


Esse versículo é um significativo resumo da primeira epístola de Pedro.  Ele afirmou que a sua epístola como um todo é a verdadeira graça de Deus.  Portanto, para entender integralmente o que foi ensinado pelos primeiros apóstolos a respeito da graça, temos que especificamente examinar esta epístola. 


O que o apóstolo Pedro disse sobre a verdadeira graça de Deus, da forma como esta era entendida no primeiro século do Cristianismo, tendo sido escrita para os cristãos foi o seguinte.  Usando as palavras dele próprio: “esta é a verdadeira graça de Deus; nela permanecei firmes.”


Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos oferece na revelação de Jesus Cristo.  (1:13)


Como filhos obedientes, não vos conformeis às concupiscências que antes tínheis na vossa ignorância;  (1:14)


mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento; porquanto está escrito: Sereis santos, porque eu sou santo.  (1:15;16)


E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor durante o tempo da vossa peregrinação,  (1:17)


Já que tendes purificado as vossas almas na obediência à verdade, que leva ao amor fraternal não fingido, de coração amai-vos ardentemente uns aos outros,  (1:22)


Deixando, pois, toda a malícia, todo o engano, e fingimentos, e invejas, e toda a maledicência, desejai como meninos recém-nascidos, o puro leite espiritual, a fim de por ele crescerdes para a salvação,  (2:1;2)


...  que vos abstenhais das concupiscências da carne, as quais combatem contra a alma;  (2:11b)


tendo o vosso procedimento correto entre os gentios, para que naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, observando as vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação.  (2:12)


Sujeitai-vos a toda autoridade humana por amor do Senhor, quer ao rei, como soberano,  (2:13)


Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo o bem, façais emudecer a ignorância dos homens insensatos,  (2:15)


como livres, e não tendo a liberdade como capa da malícia, mas como servos de Deus.  (2:16)


Honrai a todos. Amai aos irmãos. Temei a Deus. Honrai ao rei.  (2:17)


... para que mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; ...  (2:24)


Finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, cheios de amor fraternal, misericordiosos, humildes,  (3:8)


não retribuindo mal por mal, ou injúria por injúria; ...  (3:9)


Pois, quem quer amar a vida, e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano;  (3:10)


aparte-se do mal, e faça o bem; busque a paz, e siga-a.  (3:11)


antes santificai em vossos corações a Cristo como Senhor; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós; tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, fiquem confundidos os que vituperam o vosso bom procedimento em Cristo.  (3:15;16)


Ora pois, já que Cristo padeceu na carne, armai-vos também vós deste mesmo pensamento; ...  (4:1)

para que, no tempo que ainda vos resta na carne não continueis a viver para as concupiscências dos homens, mas para a vontade de Deus.  (4:2)


... portanto sede sóbrios e vigiai em oração;  (4:7)


tendo antes de tudo ardente amor uns para com os outros, ...  (4:8)


sendo hospitaleiros uns para com os outros, sem murmuração;  (4:9)


servindo uns aos outros conforme o dom que cada um recebeu, ...  (4:10)


mas regozijai-vos por serdes participantes das aflições de Cristo; ...  (4:13)


Portanto os que sofrem segundo a vontade de Deus confiem as suas almas ao fiel Criador, praticando o bem.  (4:19)


Semelhantemente vós, os mais moços, sede sujeitos aos mais velhos. E cingi-vos todos de humildade uns para com os outros, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.  (5:5)


Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte;  (5:6)


Sede sóbrios, vigiai ...  (5:8)


ao qual (o diabo) resisti firmes na fé, sabendo que os mesmos sofrimentos estão-se cumprindo entre os vossos irmãos no mundo.  (5:9)


 

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