O estudo da graça é extremamente importante
no que tange o tema da segurança do crente. Infelizmente, a palavra graça (charis)
não é um termo concisamente definido nas escrituras, como gostaríamos que
fosse. Por essa razão, alguns se
equivocaram quanto ao seu significado. O Strong's Exhaustive
Concordance* define graça como sendo:
[*Strong's
Exhaustive Concordance – concordância bíblica e dicionário do Grego e Hebreu
para o inglês]
aceitável,
benefício, favor, presente, grato (gratuito), alegria da liberalidade, prazer,
agradecimento.
[em
ingles: acceptable, benefit, favour, gift, grace (-ious), joy liberality,
pleasure, thank (-s, -worthy).]
No entanto, há
outros meios pelos quais podemos mais precisamente aprender o que é ou não
graça. Da mesma forma que agimos
com outros tópicos bíblicos, temos que levar em conta muitas passagens para
chegar a um entendimento mais preciso do que é graça. Deixe-me provar isto para você, ao
começarmos com a passagem mais citada acerca da graça:
Porque
pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus;
não vem das obras, para que ninguém se glorie. (Ef 2:8-10)
Porém, mais
adiante nesta mesma epístola, o mesmo mestre da graça também
escreveu:
Porque
bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou
avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de
Deus. Ninguém vos engane com
palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da
desobediência. Portanto não sejais
participantes com eles; (Ef
5:5-7)
Da mesma forma,
vamos considerar Rom 11:6, outra passagem chave freqüentemente citada pelos
pregadores da doutrina “uma vez salvo, salvo para sempre”:
Mas se
é pela graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a
graça já não é graça.
Assim como no
caso anterior, nesta mesma epístola, escrita pelo mesmo professor da graça,
temos Rom. 2:7-9:
a
saber: a vida eterna aos que, com perseverança em fazer o bem,
procuram glória, e honra e incorrupção; mas ira e indignação aos que são
contenciosos, e desobedientes à iniqüidade; tribulação e angústia sobre a
alma de todo homem que pratica o mal, primeiramente do judeu, e também do
grego;
Devido à forma
como muitos hoje em dia tem interpretado a graça, ou irão estes mesmo que
inconscientemente desconsiderar as palavras de Paulo em Efésios 5 e Romanos 2,
ou tenderão a rotular o pregador de legalista, escravizante, herege ou de estar
pregando algum tipo de salvação pelas obras.
Da inabilidade
deles de reconciliar a graça de Ef 2:8;9 com Ef 5:5-7 e, de conciliar Rom 11:6
com Rom 2:7-9, fica imediatamente óbvio que alguma coisa está seriamente errada
com a apresentação atual do evangelho da graça, da forma como tem sido comumente
feita.
Vamos dar uma
olhada no que está sendo ensinado a cerca da graça e a sua conexão com a
doutrina “uma vez salvo, salvo para sempre” (que
refutamos).
No que dependesse
das multidões, graça seria exatamente o que os professores abaixo declararam
ser:
E eu
fico pensando comigo mesmo como tantas pessoas se sentam nos bancos das igrejas
semana após semana e após semana e nunca ouvem nada sobre o sangue, nunca ouvem
nada sobre a cruz, nunca ouvem nada sobre a graça do Deus Altíssimo. Veja você, não são apenas boas
novas. São as boas novas sobre
Jesus Cristo, que pagou totalmente a dívida pelos nossos pecados para um Deus
santo, que requer morte pelos pecados e derramamento de sangue, tendo Jesus
satisfeito esta requisição e tornado possível para você e eu sermos aceitos aos
olhos de Deus e, sermos eternamente seguros n’Ele. É por isso que ele chamou isso de graça
de Deus.
Negar
a eterna segurança do crente é desafiar o caráter eterno da grandeza da
graça divina, e admitir que o próprio Filho de Deus, no qual nós estamos firmes
pudesse cair.
Portanto,
a doutrina da eterna segurança pode ser dita como que sendo a pedra fundamental
do arco da doutrina da graça, ou
pode essa ser comparada a trama do tecido de uma roupa na qual as outras
doutrinas da graça são o material que o compõe. Retire a doutrina da eterna
segurança e o arco desaba, ou o tecido se desfaz.
O que
o evangelho faz é nos assegurar de que somos salvos, eternamente salvos, por
absoluta graça, através da fé somente.
É
porque cremos na salvação pela graça através da fé sem obras, que podemos
descansar confiantemente. O
evangelho em que “uma vez salvo, salvo para sempre” se baseia é pela graça,
através da fé somente.
Que
graça é esta que não só nos oferece perdão e vida eterna através da fé
somente, mas também garante que o Doador nunca irá renegar o Seu
Presente! Tampouco conseguiríamos
jamais devolvê-lo mesmo que tentássemos!
Mas
quando você toma a decisão de crer no Senhor Jesus Cristo, você entra em um
sistema que depende inteiramente de Deus. É por isso que Ef 2:8;9 diz que é pela
graça que você é salvo através da fé e não por você mesmo, é presente de
Deus, não por obras para que nenhum homem se gabe. Graça significa que depende
inteiramente de Deus. Graça
significa que Deus não está se expondo desnecessariamente quando dá a você algo,
independente do seu mérito, independente da sua habilidade, independente de suas
obras. Portanto graça se torna a
questão principal na doutrina da eterna segurança.
Uma
vez filho, sempre filho. Uma vez
que você nasce na família de Deus, você sempre será um membro da família de
Deus. Da mesma forma que você não
pode mudar o seu nascimento físico, você tampouco pode mudar o seu nascimento
espiritual. Você pode até desejar
em algum momento mudar a sua família.
Talvez você tenha sido alvo de disciplina em casa; pode ser que tenham
ficado ressentimentos; no entanto, é impossível mudar a família na qual você
nasceu fisicamente. Da mesma
maneira e ainda mais, você não pode mudar a família na qual nasceu
espiritualmente. No momento em que
você creu em Jesus Cristo como Senhor e Salvador, você nasceu na família de
Deus. Naquele instante você se
tornou um filho de Deus e por toda a eternidade você permanecerá um filho de
Deus. Esta é a graça de
Deus! Não há nada que você
possa fazer para alterar isso.
Toda a
confusão em torno do assunto da eterna segurança desapareceria de sua mente se o
significado da graça ficasse claro para você. Salvação
é pela graça através da fé e não pelas obras. Nós não somos salvos porque somos bons,
tampouco nos perdemos porque somos maus.
Um homem que verdadeiramente nasceu de novo está salvo para sempre e
tem tanta certeza do céu como se já estivesse lá ha dez mil anos. Ele pode cair em pecado; e já que a carne
no crente não mudou nem um pouco e continua tão corrupta como sempre, ele pode
chegar até a fazer coisas muito más.
Davi, por exemplo, foi culpado de adultério e assassinato depois de
ter sido salvo.
A partir de tudo
isso que foi dito acima, deve ter ficado visível que a versão da graça da
qual estamos sendo inundados hoje em dia, está inseparavelmente vinculada ao
ensino “uma vez salvo, salvo para sempre”. Na verdade, os cinco pontos do
Calvinismo são também chamados de “doutrina da
graça”.
Comparemos então a doutrina “uma vez salvo, salvo
para sempre” com a Palavra de Deus para vermos se possui embasamento
bíblico. Isso será feito a partir
de uma série de perguntas. Abaixo
segue a primeira pergunta.
Discurso do Dr. Stanley:
E
nesta mesma semana, alguém ao explicar isso para eles disse:
Em
última instância se eles não ouvirem nada eu digo, “Bem, ore para que eu
me segure” [em inglês hold on – me sustente, permaneça, me
conserve, me guarde, me mantenha firme].” Segurar a que? E eu disse isso: meu amigo, acredite em
mim, eu não seria criterioso com nada nesse mundo. Não há nada para você estar se
segurando. Você sabe
porque? Porque a onipotente mão de
um Pai amoroso o tem duplamente seguro. Deus o Pai e Deus o Filho os tem em Suas
mãos. E meu amigo, quer você
largue ou não, nada terá a ver com isso. A Bíblia em nenhum lugar diz,
“Segure-se”.
Dezenas de
milhares de cristãos professos, isso se contarmos apenas nos Estados Unidos,
devem ter ouvido ao Dr. Stanley dando esse ensino relacionado com a doutrina
“uma vez salvo, salvo para sempre”.
Ele ensina que a Bíblia não diz para nós nos segurarmos, nos
sustentarmos. O raciocínio dele
para isso é que Deus nos mantém seguros em suas mãos onipotentes. Portanto, independentemente de nos
segurarmos em suas mãos ou não, nós continuaremos sendo seguros,
sustentados.
Acaso é realmente
essa a mensagem bíblica ou trata-se de uma sutil e perigosa distorção da
verdade, mesmo que soe agradável e pareça exaltar a Deus?
[Alguém pode se
perguntar, como que alguém pode estar duplamente seguro nas mãos do Deus
onipotente e ainda assim naufragar, afundar completamente na fé, como
Stanley foi convencido por Hodges que possa ocorrer. Parece que para ele e para outros
proponentes da doutrina “uma vez salvo, salvo para sempre” isso faz algum
sentido!]
Sem dúvida, os
escritores divinamente inspirados do Novo Testamento sabiam que Deus é
onipotente; mas por acaso chegaram eles a mesma conclusão que Stanley quanto a
este “estar seguro”? Se os
mestres do “uma vez salvo, salvo para sempre” de nossos dias estivessem
certos sobre o que pensam ser graça, então nós não deveríamos jamais ler sequer
uma única passagem bíblica que diga aos crentes para se segurarem em
nada.
Além disso, de
acordo com afirmações feitas pelos mestres do ensino “uma vez salvo, salvo para
sempre”, segurar-se a qualquer coisa automaticamente alteraria a identidade da
graça como sendo graça e, a colocaria debaixo da autoridade das obras. Novamente questiono, será mesmo isso que
os mestres originais da graça estavam sugerindo ou será que se trata de uma
distorção da verdadeira graça mencionada na Bíblia?
Guarde em sua
memória, o Dr. Stanley e sua mensagem da graça vinculada ao ensino “uma vez
salvo, salvo para sempre” disse que a Bíblia em nenhum lugar diz,
“segure-se” [em inglês hold on – sustente-se, permaneça,
conserve-se, guarde-se, mantenha-se firme]. Façamos uma avaliação deste ensino,
comparando-o com as escrituras:
Dizia,
pois, Jesus aos judeus que nele creram: Se vós permanecerdes na minha
palavra, verdadeiramente sois meus discípulos; (João 8:31)
pelo
qual também sois salvos, se é que o conservais tal como vo-lo anunciei;
se não é que crestes em vão. (I Cor
15:2)
Peleja
a boa peleja da fé, apodera-te da vida eterna, para a qual foste chamado,
tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas. (I Tim 6:12)
mas
Cristo o é como Filho sobre a casa de Deus; a qual casa somos nós, se
tão-somente conservarmos firmes até o fim a nossa confiança e a glória da
esperança. (Heb
3:6)
porque
nos temos tornado participantes de Cristo, se é que guardamos firme até o
fim a nossa confiança inicial; (Heb
3:14)
Tendo,
portanto, um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou os céus,
retenhamos firmemente a nossa confissão. (Heb 4:14)
retenhamos
inabalável a
confissão da nossa esperança, porque fiel é aquele que fez a promessa; e
consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas
obras, (Heb
10:23)
mas o
que tendes, retende-o até que eu venha. (Apo 2:25)
Venho
sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. (Apo 3:11)
E o
dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra aos demais filhos dela, os
que guardam os mandamentos de Deus, e mantêm o testemunho de
Jesus. (Apo
12:17)
Prostrei-me
ante os seus pés para adorá-lo.
Ele, porém, me disse: Vê,
não façais isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantém o
testemunho de Jesus; adora a Deus.
Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia. (Apo
19:10)
A graça
segundo o ensino “uma vez salvo, salvo para sempre” não admite, nem poderia
admitir que o crente “se segure” [em inglês hold on – sustente-se, permaneça,
conserve-se, guarde-se, mantenha-se firme], chegando mesmo a negar
redondamente que a Bíblia ensina tal coisa. Em contraste, há inúmeras passagens que
claramente mostram que é nossa responsabilidade cristã fazê-lo. A razão para essa vasta diferença se
tornará mais visível à medida que lermos.
Antes
de considerarmos outro aspecto da verdadeira graça e sua relação com a
responsabilidade humana, vamos rever as escrituras supracitadas com relação a
segurar-se [em inglês
hold on – sustentar-se, permanecer, conservar-se, guardar-se, manter-se
firme].
Caro
leitor, jamais se intimide de professar abertamente a importância de um cristão
segurar-se [em inglês
hold on – sustentar-se, permanecer, conservar-se, guardar-se, manter-se
firme]. Nunca deixe ninguém
convencer você de que isto não está no Novo Testamento ou de que foge do terreno
da graça, ou sai de debaixo do guarda-chuva da graça. Você tem inúmeras passagens bíblicas em
que se apoiar.
Por favor,
pondere na expressão “esforçar-se” (procurar diligentemente, empregar
toda a diligência, empenhar-se, buscar, seguir) que se encontra nas
passagens a seguir, uma vez que foram proferidas sem qualquer hesitação pelo
próprio Senhor Jesus e pelos verdadeiros mestres da graça, como a Bíblia nos
mostra. Esse é em última instância
o padrão certo que devemos adotar ao comparar qualquer ensinamento e avaliarmos
a sua validade (II Tim 3:16;17 cf. I Tess 5:21). Se conseguirmos entender o que é a
verdadeira graça assim como essa era entendida no primeiro século do
Cristianismo, não devemos hesitar em proclamá-la a outros da mesma
forma:
Respondeu-lhes:
Esforçai-vos por entrar pela porta estreita; pois eu vos digo que muitos
procurarão entrar e não poderão.
(Lc 13:24)
Ora, à
vista disso, procuremos diligentemente entrar naquele descanso, para que
ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência. (Heb 4:11)
Segui
a paz
com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, (Heb 12:14)
E por
isso mesmo vós, empregando toda a diligência, acrescentai à vossa fé a
virtude, e à virtude a ciência, (II
Ped 1:5)
Por
essa razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes
achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis, (II Ped 3:14)
Mais uma vez
observe as palavras de Jesus que você acabou de ler em Lc 13:24. O Senhor disse que temos que colocar
esforço contínuo e diligente até que possamos entrar
pela porta estreita, que significa, entrar de fato no Reino. O mesmo Senhor Jesus que nos deu Jo 3:16
e Jo 10:27;28 nos disse isso!
Contrastando com isso, os professores da graça de
nossos dias estão pregando algo muito diferente:
Sejam
confiantes em sua segurança em Cristo. Isto não depende de você, de seus
esforços, ou de seus sentimentos.
O
crente não precisa fazer nada para manter a sua salvação. De acordo com o Seu propósito, Deus a
segura, a mantém por nós. O
crente não é capaz de segura-la e certamente não é capaz de mantê-la.
Se
fosse necessário fazer ou deixar de fazer algo para evitar perder a minha
salvação, então salvação neste caso passaria a ser tanto por fé quanto por
obras.
O
evangelho propriamente dito está sob ataque se a segurança eterna do crente for
questionada. Colocar no crente a
responsabilidade de manter a salvação é adicionar obras a graça. Salvação não seria mais um
presente. Teria se tornado uma
troca – nossa fidelidade em troca fidelidade de Deus.
Isto está
gritantemente distante das boas novas que Jesus pregou e da qual Paulo foi
arauto.
Enquanto que o
ensino atualmente popular a cerca da graça, vinculado a doutrina “uma vez salvo,
salvo para sempre” nos dirá que não devemos fazer nenhum esforço (ou coisa
semelhante) para mantermos nossa salvação, a Bíblia Sagrada claramente ensina
algo diametralmente oposto a isso, assim como foi mostrado! Mais uma vez isso mostra que só pode haver algo
seriamente errado com a mensagem da graça de nossos
dias!
Semelhante às
expressões segurar e se esforçar, as palavras manter, cuidar,
conservar, guardar, fortalecer [assim como o imperativo empregado em
diversas advertências no idioma português] também revelam a verdadeira graça de
Deus, em contraste com a falsificada:
Estejam
cingidos os vossos lombos e acesas as vossas candeias; (Lc 12:35)
Quem
ama a sua vida, perdê-la-á; e quem neste mundo odeia a sua vida,
guardá-la-á para a vida eterna.
(Jo 12:25)
Cuidai pois
de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu
bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio
sangue. (Atos
20:28)
Por
isso procuro sempre ter uma consciência sem ofensas diante de Deus e dos
homens. (Atos
24:16)
não
sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao
Senhor; (Rom
12:11)
...
conserva-te a ti mesmo puro.
(I
Tim 5:22b)
Portanto
levantai as mãos cansadas, e os joelhos vacilantes, (Heb 12:12)
Seja a
vossa vida isenta de ganância, contentando-vos com o que tendes; porque ele
mesmo disse: Não te deixarei, nem te desampararei. (Heb 13:5)
Se
alguém cuida ser religioso e não refreia a sua língua, mas engana o seu coração,
a sua religião é vã. A religião
pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as
viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo. (Tiago 1:26;27)
Filhinhos,
guardai-vos dos ídolos. (I
Jo 5:21)
conservai-vos
no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a
vida eterna. (Judas
21)
Sê
vigilante, e confirma o restante, que estava para morrer; porque não tenho
achado as tuas obras perfeitas diante do meu Deus. (Apo
3:2)
Enquanto que os
mestres do ensino “uma vez salvo, salvo para sempre” colocam toda a
responsabilidade de nos mantermos e nos fortalecermos somente em Deus, o
Senhor Jesus, Paulo, João, Tiago e Judas ensinaram diferentemente! Estando de posse de todos estes
versículos, concluímos que somos mantidos por Deus enquanto nos mantemos a nós
mesmos e, somos fortalecidos por Deus enquanto nos fortalecemos a nós
mesmos. Se dependesse apenas de
Deus, todos estariam sempre perfeitamente mantidos e fortalecidos. Isso significaria que nunca haveria
nenhum naufrágio da fé, nem pessoas que precisassem ser fortalecidas
espiritualmente de qualquer forma.
Parece que o
apóstolo Pedro compartilhava da mesma preocupação que ambos Judas e Paulo com
relação ao falso ensino da graça, que já existia naquela época (Judas 3;4, Ef
5:5-7). Pedro
escreveu:
... escrevo
abreviadamente, exortando e testificando que esta é a verdadeira graça de
Deus; nela permanecei firmes.
(I
Ped 5:12b)
Esse versículo é
um significativo resumo da primeira epístola de Pedro. Ele afirmou que a sua epístola como um
todo é a verdadeira graça de Deus.
Portanto, para entender integralmente o que foi ensinado pelos primeiros
apóstolos a respeito da graça, temos que especificamente examinar esta
epístola.
O que o apóstolo
Pedro disse sobre a verdadeira graça de Deus, da forma como esta era entendida
no primeiro século do Cristianismo, tendo sido escrita para os cristãos foi o
seguinte. Usando as palavras dele
próprio: “esta é a verdadeira graça de Deus; nela permanecei
firmes.”
Portanto,
cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai
inteiramente na graça que se vos oferece na revelação de Jesus Cristo. (1:13)
Como
filhos obedientes, não vos conformeis às concupiscências que antes tínheis na
vossa ignorância;
(1:14)
mas,
como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso
procedimento; porquanto está escrito: Sereis santos, porque eu sou
santo.
(1:15;16)
E, se
invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de
cada um, andai em temor durante o tempo da vossa peregrinação, (1:17)
Já que
tendes purificado as vossas almas na obediência à verdade, que leva ao
amor fraternal não fingido, de coração amai-vos ardentemente uns aos
outros,
(1:22)
Deixando,
pois, toda a malícia, todo o engano, e fingimentos, e invejas, e toda a
maledicência,
desejai como meninos recém-nascidos, o puro leite espiritual, a fim de por ele
crescerdes para a salvação,
(2:1;2)
... que vos abstenhais das
concupiscências da carne, as quais combatem contra a alma; (2:11b)
tendo
o vosso procedimento correto entre os gentios, para que naquilo em que
falam mal de vós, como de malfeitores, observando as vossas boas obras,
glorifiquem a Deus no dia da visitação.
(2:12)
Sujeitai-vos
a toda autoridade humana por
amor do Senhor, quer ao rei, como soberano, (2:13)
Porque
assim é a vontade de Deus, que, fazendo o bem, façais emudecer a
ignorância dos homens insensatos,
(2:15)
como
livres, e não tendo a liberdade como capa da malícia, mas como servos de
Deus.
(2:16)
Honrai
a todos. Amai aos
irmãos. Temei a Deus. Honrai ao rei.
(2:17)
...
para
que mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; ... (2:24)
Finalmente,
sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, cheios de amor fraternal,
misericordiosos, humildes,
(3:8)
não
retribuindo mal por mal, ou injúria por injúria;
... (3:9)
Pois,
quem quer amar a vida, e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os
seus lábios não falem engano;
(3:10)
aparte-se
do mal, e faça o bem;
busque a paz, e siga-a.
(3:11)
antes
santificai em vossos corações a Cristo como Senhor; e
estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que
vos pedir a razão da esperança que há em vós; tendo uma boa consciência, para
que, naquilo em que falam mal de vós, fiquem confundidos os que vituperam o
vosso bom procedimento em Cristo.
(3:15;16)
Ora
pois, já que Cristo padeceu na carne, armai-vos também vós deste mesmo
pensamento; ...
(4:1)
para
que, no tempo que ainda vos resta na carne não continueis a viver para as
concupiscências dos homens, mas para a vontade de Deus. (4:2)
...
portanto sede sóbrios e vigiai em oração; (4:7)
tendo antes
de tudo ardente amor uns para com os outros, ... (4:8)
sendo
hospitaleiros uns
para com os outros, sem murmuração;
(4:9)
servindo
uns aos outros conforme o dom que cada um recebeu,
... (4:10)
mas
regozijai-vos por serdes participantes das aflições de Cristo; ... (4:13)
Portanto
os que sofrem segundo a vontade de Deus confiem as suas almas ao fiel Criador,
praticando o bem.
(4:19)
Semelhantemente
vós, os mais moços, sede sujeitos aos mais velhos. E cingi-vos todos
de humildade uns para com os outros, porque Deus resiste aos soberbos, mas
dá graça aos humildes.
(5:5)
Humilhai-vos,
pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte; (5:6)
Sede
sóbrios, vigiai ... (5:8)
ao
qual (o diabo) resisti firmes na fé, sabendo que os mesmos sofrimentos
estão-se cumprindo entre os vossos irmãos no mundo. (5:9)